sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Bloguismo ou jornalismo? Tanto faz...

Na onda de reportagens sobre mídias digitais e relacionamentos 2.0, em que o “bloguismo” tem sido valorizado em detrimento do jornalismo, sugiro uma reflexão mais amena: qualquer pessoa que informa por meio de mídias digitais pode ser considerada uma formadora de opinião qualificada? Claro que não! E não me refiro somente aos que não são jornalistas. Tudo depende do conhecimento e postura de quem escreve, e não só de diplomas.

Pesquisas sobre o assunto têm revelado que blogueiros apresentam mais credibilidade que jornalistas por serem considerados isentos e também por não possuírem as “amarras” ideológicas ou comerciais que os detentores dos veículos de comunicação colocam em seus profissionais. Mas isso não é verdade. O cerne do blogueiro é a independência, assim como a do jornalista é a imparcialidade. Porém, ambos podem perder as suas origens no meio do caminho, e por diversos fatores. Haja visto blogueiros que passaram a ganhar dinheiro via patrocínio de empresas.

Aliás, como também mostram algumas pesquisas, grande parte de visitantes de blogs costumam checar as informações lá contidas em veículos tradicionais de comunicação. Os que conseguem fazer seus leitores não realizar este movimento é porque já conquistaram uma credibilidade e, como colocado no inicio deste post, podem ser considerados formadores de opinião, independente de sua formação.

Assim sendo, acredito que Ricardo Kotcho, Milton Jung e tantos outros que são jornalistas e, atualmente, também blogueiros, caracterizam bem esse cenário. São profissionais que agregam ao bom jornalismo com um modelo de mídia diferente. Já os blogueiros, sem necessariamente possuírem uma formação jornalística, podem sim ser muito bons, desde que tenham conteúdo interessante e diferenciado.

Afinal, não importa quem escreve, mas sim o que se escreve.


Por Aline Pires

3 comentários:

Anônimo disse...

Uau!
Muito bom seu texto.
Por um momento pensei que fosse "defender" a não obrigatoriedade do diploma... Porém temos aqui uma análise bem clara e imparcial.
Apesar de defender o diploma na área do jornalismo, aliás, da área de comunicação, acho pertinente travar diálogos mostrando os dois lados e evidenciar que nem um pode mais que o outro, mas que também nenhum deve tentar menosprezar o outro.
Ambos possuem suas qualidades, mas também devem se auto-avaliar, porque não é qualquer porcaria que devemos "obrigar" outras pessoas a ler. (risos)

Kisses gatona!

  disse...

Obrigada Alcy!

Fico muito feliz quando você comenta meus posts, pois seus comentários são sempre muito pertinentes.

Um beijo para ti também!

Anônimo disse...

Verdade. Até publicitário pode ter um blog bacana. É improvável, mas possível.